Sou Adriane Volkmann Kuhlmann, Médica graduada pela Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, com especialização em Dermatologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Título de Especialista em Dermatologia concedido pela Sociedade Brasileira de Dermatologia em abril de 1999. Atuação ativa na dermatologia clínica, oncologia cutânea, e cirurgia dermatológica em hospitais, clínicas de especialidades. Participações em congressos, jornadas, reuniões científicas, cursos e grupos de estudo. Experiências no ensino acadêmico como professora na Faculdade de Medicina da Universidade Anhembi Morumbi; preceptora no curso de aperfeiçoamento em dermatologia da Santa Casa de SJC; é atualmente preceptora de dermatologia, da faculdade de medicina da UNINOVE, de São Bernardo do Campo, desde março de 2020.
A Dermatologia é a especialidade médica que estuda, pesquisa e concentra conhecimentos em todos os processos fisiopatológicos que envolvem a pele e seus anexos, é por isso a especialidade médica capacitada a atuar na prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças e afecções relacionadas à pele, pelos, mucosas, cabelo e unhas, desde infecções, doenças inflamatórias, reações auto-imunes, e tumores, como também na prevenção e tratamento de alterações que comprometem a beleza cutânea.
ATENÇÃO SOBRE O CÂNCER DE PELE:
Uma das grandes preocupações da dermatologia é prevenir e diagnosticar precocemente o câncer de pele, que é uma realidade muito frequente no Brasil, com seu clima tropical, onde há abundância na exposição solar sem o devido cuidado com a proteção. A conscientização e a atenção para a detecção precoce do câncer de pele é estratégia que utilizamos para encontrar esses tumores em suas fases iniciais, o que eleva as chances de tratamentos bem sucedidos.
As várias formas de câncer de pele podem ser classificadas em 2 grandes grupos que vou abordar aqui: o melanoma e o não melanoma.
O câncer de pele não melanoma é bastante frequente, e é considerado o tipo de tumor maligno mais frequente no Brasil – cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no país originam-se na pele, e são do tipo não melanoma. Afeta mais comumente pessoas de pele clara, que se expuseram intensamente à ação da radiação solar em algum período da vida. Apresenta altos índices de cura, quando detectado e tratado precocemente.
Entre os tipos de câncer de pele não melanoma os mais frequentes são o carcinoma basocelular (o mais comum e menos agressivo) e o carcinoma epidermoide. Essas lesões ocorrem principalmente nas áreas do corpo mais expostas ao sol, como rosto, pescoço, orelhas, antebraços, e dorso das mãos, podendo invadir e destruir estruturas adjacentes.
Algumas formas de manifestações são nodulações crostosas, ou verrucosas na pele, ou áreas de asperezas, com ulcerações, fundo avermelhado, eventualmente com tons castanhos associados, que podem apresentar prurido, ardor, descamação, e sangramento. Geralmente são feridas crônicas, com mais de 1 mês de evolução, localizadas em regiões que sofreram com a exposição solar.
O melanoma
O câncer de pele melanoma tem origem nos melanócitos, que são as células que produzem a melanina, a substância que determina a cor da pele, e é mais frequente em pessoas adultas com pele clara. Pode aparecer em qualquer área da pele ou mucosas, na forma de manchas, pintas ou sinais. Nos indivíduos de pele negra, afeta mais comumente as áreas da pele com pigmentação mais clara, como unhas, palmas das mãos e plantas dos pés. O melanoma é um tumor muito agressivo com risco de evoluir com metástases em fases avançadas. O surgimento de uma pinta escura, com bordas irregulares, ou assimetria; ou a modificação de uma pinta preexistente, com alterações na coloração, aumento abrupto no diâmetro ou espessura, ou sintomas como coceira, descamação ou formação de crostas são sinais importantes que precisam ser investigados pelo médico dermatologista.
Uma regra prática que foi adotada internacionalmente é a do “ABCDE” que aponta sinais sugestivos de tumor de pele do tipo melanoma:
Assimetria: uma metade do sinal é diferente da outra;
Bordas irregulares: contorno mal definido;
Cor variável: presença de várias cores em uma mesma lesão (preta, castanha, branca, avermelhada ou azul);
Diâmetro: maior que 6 milímetros;
Evolução: mudanças observadas em suas características (tamanho, forma ou cor).
Nem todo o melanoma seguirá essas regras, apesar de muitas vezes apresentarem esses sinais, e lesões benignas também podem desenvolver características semelhantes a essas, por isso é importante que elas sejam avaliadas pelo médico especialista.
O diagnóstico do melanoma pode ser realizado pelo dermatologista através do exame clínico associado a dermatoscopia, com a utilização de um aparelho com lentes e iluminações especiais, que permitem a visualização de estruturas da pele não vistas a olho nu. Alguns casos necessitam de biópsia, de preferência excisional, com exame anatomopatológico para complementar o diagnóstico. A cirurgia é o tratamento indicado, e o seu prognóstico pode ser considerado bom quando detectado e tratado em sua fase inicial.
Fontes:
Ministério da Saúde . www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-pele-melanoma. Consultado em 22/04/2022.
Professora Adriane Volkmann Kuhlmann
Dermatologia / Medicina interna 1 – UAM
Entre em contato. WhatsApp 11 95220-3898